SAIBA COMO MINHA HISTORIA SE MISTURA COM A HISTORIA DA DIREITA EM SERGIPE!

Semana passada, no vídeo de estreia da TV ATLANTE em que eu fiz uma pequena análise do livro A VIRTUDE DO EGOÍSMO – O PRINCÍPIO RACIONAL DA ÉTICA OBJETIVISTA, escrito por Ayn Rand (https://www.youtube.com/watch?v=jBUo86jIw1s), num dado momento eu falei em globalismo, e até comentei rapidamente que globalismo e globalização não são a mesma coisa. Aproveitando a deixa, hoje resolvi publicar um pequeno artigo explicando  a diferença básica entre esses termos que talvez venha causando confusão nesses discursos inflamados das redes sociais (que muitas vezes não levam a sentido algum, infelizmente).

Então vamos lá. Existe o globalismo e existe a globalização. O globalismo é um conceito político. Já a globalização é um conceito econômico. Se você é de direita deve odiar o globalismo e amar a globalização. Se você é de esquerda, e possui um mínimo de conhecimento que vai além das postagens do Tico Santa Cruz, você deve amar o globalismo e odiar a globalização.

Globalização econômica

A globalização econômica significa “divisão do trabalho em nível mundial”.

A população de cada país se especializa naquilo em que é boa, adquirindo assim uma vantagem comparativa em relação às outras: faço aquilo em que sou melhor que os outros e vendo para eles; e compro dos outros aquilo que eles fazem melhor do que eu. Todas essas transações econômicas devem ser feitas o mais livremente possível, sem a intervenção de governos na forma de tarifas protecionistas e de outras barreiras alfandegárias.

Veja por exemplo num artigo do Mises Brasil como isso funciona:

(Como a Nova Zelândia e o Chile transformam vacas, ovelhas, uvas e cobre em automóveis de qualidade )—–>  http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2617

A consequência deste arranjo foi, é e sempre será um aumento no padrão de vida de todos os envolvidos.

Hoje, nenhum país é capaz de viver em autarquia, produzindo absolutamente tudo de que sua população necessita para viver decentemente. Caso um país realmente tentasse produzir tudo o que consome, isso não apenas seria um monumental desperdício de recursos escassos, como também levaria a custos de produção e, consequentemente, preços exorbitantes, afetando drasticamente o padrão de vida da população.

Pense em uma simples camisa. Fabricada na Malásia utilizando máquinas feitas na Alemanha, algodão proveniente da Índia, forros de colarinho do Brasil, e tecido de Portugal, em seguida sendo vendida no varejo em Sidney, em Montreal e em várias cidades dos países em desenvolvimento (ao menos naqueles que são mais abertos ao comércio exterior), a camisa típica da atualidade é o produto dos esforços de diversas pessoas ao redor do mundo.  E, notavelmente, o custo de uma camisa típica é equivalente aos rendimentos de apenas umas poucas horas de trabalho de um cidadão comum do mundo industrializado.

Obviamente, o que é verdadeiro para uma camisa vale também para incontáveis produtos disponíveis à venda nos países capitalistas modernos.

Esta especialização tanto do trabalho quanto da produção, ao longo de diferentes setores industriais ao redor do mundo, é exatamente o fenômeno da globalização econômica.

O fato é que, hoje, nenhum país produz apenas para satisfazer suas próprias necessidades, mas também para atender a produtores e consumidores de outros países. E cada país se especializa naquilo que sabe fazer melhor.

A globalização econômica, com o livre comércio sendo seu componente natural, aumenta a produtividade de todos os envolvidos. E, consequentemente, aumenta também o padrão de vida de todos. Sem a globalização econômica, a pobreza neste planeta não teria sido reduzida com a intensidade em que foi nas últimas décadas.

Por fim, vale ressaltar que todo e qualquer indivíduo é, em si mesmo, um defensor árduo da globalização econômica, mesmo que ele não saiba disso. As pessoas acordam cedo e vão trabalhar exatamente para ganhar dinheiro e, com isso, poderem consumir o que quiserem. As pessoas trabalham e produzem para poder consumir produtos bons e baratos, independentemente de sua procedência. Eles podem ser oriundos de qualquer parte do mundo; o que interessa é que sejam bons e baratos. Isso é globalização econômica.

Impor obstáculos a esse consumo — isto é, restringir a globalização econômica — significa restringir a maneira como as pessoas trabalhadoras podem usufruir os frutos do seu trabalho. No mínimo, isso é imoral e anti-humano.

Globalismo

Logo de início, é fácil ver que o globalismo — que também pode ser chamado de globalização política — não tem absolutamente nada a ver com a globalização econômica.

Globalização econômica significa livre comércio e livre mercado. Trata-se de um arranjo que não apenas não necessita da intervenção de governos e burocratas, como funciona muito melhor sem eles. Indo mais além, trata-se de um arranjo que surge naturalmente quando não há políticos e burocratas impondo obstáculos às transações humanas.

Já o globalismo é o exato oposto: trata-se de um arranjo que só existe por causa de políticos e burocratas. Seria impossível haver globalismo se não houvesse políticos e burocratas.

O globalismo é uma política internacionalista (na Virtude do Egoísmo Ayn Rand chama de “internacionalismo”, pág 162, Editora Sulina), implantada por burocratas, que vê o mundo inteiro como uma esfera propícia para sua influência política. O objetivo do globalismo é determinar, dirigir e controlar todas as relações entre os cidadãos de vários continentes por meio de intervenções e decretos autoritários.

Eis o argumento central do globalismo: lidar com os problemas cada vez mais complexos deste mundo — que vão desde crises econômicas até a proteção do ambiente — requer um processo centralizado de tomada de decisões, em nível mundial. Consequentemente, leis sociais e regulamentações econômicas devem ser “harmonizadas” ao redor do mundo por um corpo burocrático supranacional, com a imposição de legislações sociais uniformes e políticas específicas para cada setor da economia de cada país.

O estado-nação — na condição de representante soberano do povo — se tornou obsoleto e deve ser substituído por um poder político transnacional, globalmente ativo e imune aos desejos do povo.

Obviamente, a filosofia por trás dessa mentalidade é puramente socialista-coletivista.

Representa também o pilar da União Europeia (UE). Em última instância, o objetivo da UE é criar um super-estado europeu, no qual as nações-estado da Europa irão se dissolver como cubos de açúcar em uma xícara quente de chá. Foi majoritariamente disso que os britânicos quiseram fugir com o BREXIT.

Veja também o caso da Irlanda. A Comissão Europeia obrigou a Apple a devolver ao governo irlandês 13 bilhões de euros  (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2501). Motivo: a Irlanda teria violado as regras da União Europeia ao implantar alíquotas de impostos baixas demais.  Para a UE, conceder alíquotas de impostos baixas demais representa uma vantagem fiscal “ilegal”.

Mas a coisa é ainda mais surreal: o próprio governo irlandês já avisou que não quer o dinheiro.  Ainda em 1980, o governo irlandês havia prometido essas alíquotas baixas para incentivar a Apple a se instalar e a permanecer no país, levando ao então pobre país empregos e crescimento econômico, à época desesperadoramente necessários (a Irlanda era um dos países mais pobres da Europa).

O governo irlandês sabe que, se quebrarem esse contrato com a Apple, não apenas o país corre o risco de ficar sem a empresa, como também outras empresas podem desistir de se mudar para lá.  Pior: podem sair de lá.

Por isso, não deixa de ser curioso que a suposta vítima do caso — o governo irlandês — tenha se manifestado veementemente contra a resolução de Bruxelas, chegando ao ponto de anunciar que recorrerá aos tribunais europeus para reverter a decisão.  Deve ser um caso único na história de um governo se recusando veementemente a receber mais dinheiro de impostos.

Tudo isso mostra que os britânicos foram sábios em optar por sair da União Europeia e que seria sensato que a Irlanda, ou qualquer outro país, fizesse o mesmo.  A União Europeia é um impedimento à liberalização econômica.

Dentro do super-estado europeu, nenhum país pode escapar das onerosas leis e regulamentações impostas de cima para baixo pela burocracia da União Europeia.  Já com uma descentralização política, indivíduos e empresas podem “votar com seus pés” e se mudar para regimes menos onerosos.

Conclusão

Ao passo que o globalismo representa o autoritarismo e a centralização do poder político em escala mundial, a globalização econômica — que nada mais é do que a divisão do trabalho e o livre comércio — representa a descentralização e a liberdade, promovendo uma produtiva e, ainda mais importante, pacífica cooperação além fronteiras.

Este artigo (de forma bem reduzida) explica como o globalismo (ONU, UE, URSS…) representa o autoritarismo e a centralização do poder político em escala mundial, ao passo que a globalização econômica (livre mercado) representa a descentralização e a liberdade, promovendo uma produtiva e – ainda mais importante – pacífica cooperação além fronteiras.

A título de curiosidade confira o ranking Heritage Foundation 2017 que demonstra como os países mais livres economicamente estão mais prósperos que os regulados e estatizados: http://www.heritage.org/index/ranking

Entre os 180 países listados, o Brasil ocupa a posição 140. Os 05 primeiros estão representados na figura 01, e os 03 últimos na figura 02. Precisa explicar mais? Bom fim de semana, até a próxima!

figura 01:

1

figura 02:

2

*Agradeço ao Mises Brasil por suas fontes de pesquisa.

 

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2 Responses

  1. Obrigada por esclarecer sobre este assunto Clayton de Souza ,não se importe se eu indique um video de Bernado P kürsten no You tube fazendo uma denuncia sobre Globalismo ,se quiser.até a próxima.

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