Existe uma crise no Ensino Médio?
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É notável o desinteresse e o cansaço dos alunos com o ensino médio atual, que é lançado numa crise por estar direcionado a nada menos que inserir o aluno num ensino superior que está cada vez mais acessível, a ponto de alunos de primeiro ano ou menos, serem aprovados, exceto em Medicina.
Com o objetivo aparentemente concluído nos primeiros anos do ensino médio, os alunos perdem ainda mais o interesse no mesmo absorvendo a sua perda de sentido, e para recuperá-lo, desesperadamente, exercemos uma pressão absurda e prejudicial aos nossos adolescentes.
A renovação se faz necessária, e como tudo no Brasil, já está atrasada, pois, o ensino médio não está em sincronia com a ascensão das faculdades particulares tanto presenciais como a distância, e mantém um modelo obsoleto de trabalhar apenas para inserir os alunos no ensino superior.
Tradicionalmente os alunos precisavam desse preparo, pois, com o baixo número de vagas oferecidas apenas por uma Universidade Federal, a concorrência era gritante, contudo, isso já acabou, exceto ainda, nos cursos de Medicina.
Como se não bastasse, houve também a ascensão de cursinhos preparatórios para o ENEM, nos quais estão levando os alunos a alcançarem resultados melhores nas provas que o próprio ensino médio, os fazendo ainda mais desinteressados no mesmo.
É necessária uma mudança no objetivo do ensino médio, para uma maior sintonia com mercado e para recuperar o sentido da sua existência, bem como, o interesse dos alunos.
A flexibilização da carga horária, com cada vez menos disciplinas obrigatórias, junto a inserção de outras optativas com objetivos profissionalizantes, ou que tragam novos conhecimentos como Empreendedorismo, Economia e Finanças, ou mesmo de acordo com o que demanda a geração, podem ser boas alternativas para recuperarmos o valor e o prestígio do ensino médio.