Por que a Meritocracia incomoda a “Mediocracia”?

Para responder a pergunta que serve de título para o meu texto de hoje eu não preciso mais do que uma palavra: INVEJA*. Contudo, eu gostaria de ir mais além. Nesse breve artigo pretendo chamar a atenção para o que é Meritocracia (e o seu oposto “Mediocracia”), assim como o que motiva o conflito Meritocrático com a mediocridade, e por fim, o porquê do Mérito ser um direito natural inalienável. Vem comigo!

A Meritocracia nada mais é do que a valorização do ser humano. A origem etimológica da palavra Meritocracia vem do latim meritum, que significa “mérito”, unida ao sufixo grego cracía, que quer dizer “poder”. Assim, o significado literal de meritocracia seria “poder do mérito”. Sua origem está nos primórdios da vida na Terra, lembre-se que a vida ao surgir em nosso planeta permitiu a permanência dos mais adaptados ao clima, aos desastres naturais e aos demais imprevistos que de tempos em tempos varriam o bioma do nosso planeta, a exemplo da queda dos dinossauros e o surgimento dos mamíferos, ou também da sobrevivência do Homo Sapiens e da queda do Neanderthal.

Isso nos ajuda a entender que Meritocracia não advém apenas de esforço contínuo, mas sim de superação de dificuldades, ou até mesmo do preenchimento de requisitos existenciais. Vejamos alguns exemplos:

As girafas africanas têm o pescoço alto para comer folhas na copa das árvores, esse fator foi necessário para a sobrevivência em um momento de escassez de alimentos, isso não demandou esforço, apenas aptidão genética.

Bruce Lee, o lutador e ator dedicava muitas horas no seu dia a dia a um treinamento rigoroso que envolvia não só a pratica de golpes como o levantamento de pesos que iam muito além do normal para o seu biotipo chinês, e de fato essa dedicação contínua o levou a ser lembrado como um dos melhores (ou talvez até o melhor) lutador de todos os tempos.

Steve Jobs, o visionário da Apple, trouxe ao mundo a popularização dos tablets e smartphones (através do Ipad e do Iphone), mas o que de fato ocorreu é que esses dispositivos já existiam no passado através de outras marcas e não fizeram sucesso. Jobs, que não era programador ou engenheiro de hardware e nem software, imaginou um conceito. E comandando uma equipe como ninguém, através de exigências de padrões de design e usabilidade, frutos da experiência que teve cursando caligrafia no Reed College, ele conseguiu lançar esses dois produtos fantásticos que facilitam a vida humana e que serviriam de estímulo para que outras empresas também lançassem produtos similares. Steve Jobs ganhou muito dinheiro e ampliou ainda mais a sua fama com isso, podemos dizer que seu mérito foi ter entendido quais as reais necessidades humanas para com esses dispositivos.

Veja que situações interessantes aonde a meritocracia se faz presente: a sobrevivência, o esforço físico e mental e a percepção da necessidade das massas. A meritocracia em três vertentes une as girafas, Bruce Lee e Steve Jobs. Como se vê, a meritocracia é mais do que um ideal filosófico, ela é uma necessidade universal. Tanto o sucesso pessoal quanto o sucesso existencial dependem do mérito.

Mas voltemos então para a pergunta que intitula esse texto. Como eu disse: a inveja, a única coisa que incomoda a Meritocracia como medida de valor humano. Quando uma promoção salarial numa empresa é dada ao funcionário que atinge os melhores resultados de desempenho, e seus pares defendem a ideia de que todos deveriam receber salários iguais independente dos resultados é evidente que é a inveja que os move. Um funcionário de destaque pode tanto ser aquele que se esforça mais na empresa quanto aquele que mesmo sem tanto esforço consegue otimizar seus resultados por conta da habilidade que possui para desempenhar suas tarefas. Se os demais não o acompanham, com certeza não merecem receber o mesmo que o funcionário de destaque. E se há funcionários que obtém resultados pífios é natural que estes sejam demitidos e contratados outros melhores. Somente o culto a mediocridade questionaria esse pensamento. E para disfarçar sua condição de medíocre apela-se para a sensibilidade humana, com o discurso da vitimização.

Mas imagine que em uma empresa dez funcionários são responsáveis pelos lucros enquanto outros dez não atingem resultados satisfatórios. E mesmo assim, o patrão paga o mesmo salário à todos. Os menos aptos com o tempo não irão nem mesmo se dedicar ao básico, confiantes de que receberão ao fim do mês o mesmo salário daqueles que se dedicam mais (ou que possuem uma habilidade natural para o serviço na empresa). Isso pode até mesmo dividir os trabalhadores entre os dedicados e os medíocres. Vendo o comportamento dos medíocres, os dedicados podem querer migrar para uma empresa que valorize seu mérito pessoal e pague mais ou podem cair no vício de agir como os medíocres e passar a diminuir seu desempenho confiando na equidade salarial. Vendo sua empresa ruir o proprietário compreenderá seu erro fatal: a negação da meritocracia. Para sobrevivência da empresa só há um remédio: demitir os menos aptos e formar uma equipe mais coesa, ou quem sabe, manter todos, mas criar um pacote de metas com bonificações pessoais para estimular melhores resultados.

Mas se a meritocracia é um conceito lógico e natural, que tipo de gente não a aceita?

Como eu disse, as pessoas invejosas, cientes do seu fracasso natural e preguiçosas demais para se erguer no mundo civilizado. Afinal, todos nós, independente da condição financeira de nossos pais, nascemos com um objetivo apenas: sobreviver.

É comum na infância algumas crianças começarem a falar e andar antes das outras. A aptidão para esportes, música ou ciência é perceptível na infância. Contudo,  há casos em que grandes artistas ou atletas só começaram a obter resultados na vida adulta, quando muitos já o desacreditavam e sugeriam que tentasse outra coisa. Nesse caso, tanto o esforço quanto a percepção da necessidade do seu público foram os fatores que o levaram ao mérito pessoal. Querer igualar o talento com a mediocridade chamando todos de vencedores é apelação. Todos merecemos respeito, porém, no que concerne nossas habilidades individuais é preciso diferenciar para estimular tanto o crescimento pessoal como global.

Para finalizar, eu afirmo que a Meritocracia é um direito natural e inalienável partindo do princípio que foi o mérito que deu ao homem o direito de reinar nesse planeta após a inaptidão jurássica de evoluir intelectualmente tornando possível sobreviver às catástrofes naturais como as mudanças que elevaram os mamíferos na linha do equador. Esses mamíferos primatas descobriram o fogo, a roda, a agricultura, a confecção de ferramentas, de vestes, de abrigos artificiais, de preservação do seu alimento domesticando outras espécies para trabalho pesado e para consumo próprio.

Com a cultura da mediocracia ainda estaríamos chafurdando na lama e nos escondendo em cavernas com uma expectativa de vida de 30 anos. Para se ter ideia, a expectativa de vida global hoje é de 71,4 anos, mas há países como o Japão que o número sobe para 83,7 anos. Algo impossível de se imaginar em uma cultura que combate o mérito da criação, da sobrevivência e do legado em todas as áreas possíveis: artes, ciência, esportes…

Negar o direito ao mérito é negar o direito a sobrevivência dos mais aptos e comprometidos com a existência tanto universal quanto pessoal.  Encerro com um pensamento meritocrático na esfera político-ideológica da minha maior mentora Ayn Rand:

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* Vocês se lembram de Caim e Abel?

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